Fábio Porchat, recentemente, enfrentou duras críticas dos telespectadores após ter defendido o humorista Léo Lins, que teve um vídeo de seu canal do Youtube retirado por decisão judicial, em razão do humorista ter feito piadas que ironizavam minorias. Nesta sexta-feira, o humorista Fábio Porchat voltou novamente às redes sociais para se pronunciar sobre o caso e pedir desculpas ao público em sua página do Instagram.
Em resumo, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) havia determinado que o humorista Léo Lins apagasse de seu canal no Youtube, um vídeo especial de comédia que ele tinha publicado no final de 2022 e que já contava com mais de 3 milhões de acessos. A juíza Gina Fonseca Correa, a decisão atendeu a um pedido do Ministério Público de São Paulo, que alegou que o comediante estaria “reproduzindo discursos e posicionamentos que hoje são repudiados”. Ainda, na decisão, a magistrada disse que Léo Lins não publique, transmita ou mantenha em determinados dispositivos arquivos que contenham “conteúdo depreciativo ou humilhante”.
Diante disso, no dia do acontecido, o posicionamento de Porchat foi a favor de Léo Lins, o que o humorista publicou um grande texto em suas redes sociais em defesa do amigo de profissão, o que revoltou a maioria dos internautas. No Twitter, Fábio Porchat havia compartilhado uma reportagem do mesmo site de notícias e protestou a favor das piadas de Léo Lins: “Isso aqui é uma vergonha! Inaceitável!”, disse ele indignado.
Logo após ser criticado, inicialmente o humorista se revoltou com as críticas e disse aos internautas, no dia 16 deste mês de Maio: “Se não gosta de uma piada, não a consuma. Desde que não incite ódio ou violência, ela é apenas uma piada. Existem piadas de todos os tipos: desde piadas bobas e de trocadilho até piadas ácidas. Há também piadas de mau gosto e agressivas. Mas, simplesmente, não as assista. Ah, mas piadas sobre minorias… Qual é o problema legal? Nenhum. Dentro da lei, é possível fazer piadas sobre tudo. Não gostar de uma piada não lhe dá o direito de impedir sua existência. Principalmente, com antecedência.”, afirmou ele, que piorou sua situação diante as pessoas.
Após o primeiro pronunciamento sobre a polêmica, o humorista havia voltado novamente às redes (17), pois ao dizer que pode ofender minorias, ele foi acusado de defender piadas racistas do humorista Léo Lins. “É evidente que eu sou contra o racismo e inclusive sou muito aliado nessa luta faz tempo, eu já falei mil vezes em todas as entrevistas que eu dei que o tal do limite do humor é a Constituição. Se é crime não pode. Ponto. É lógico que quem se sentir ofendido pode e deve acionar a justiça. A minha questão aqui é com a censura prévia, com a tal da nova lei que é um disparate.”, disse Porchat.
Dias após a polêmica, Fábio Porchat postou um novo pronunciamento em suas redes sociais sobre o acontecido, onde pediu novamente desculpas sobre o que falou, em publicação em seu Instagram nesta última noite de sexta-feira (26). “Eu escrevi dois tweets sobre um assunto super complexo. Eu falei de forma rasa, precipitada, confusa. Então eu errei. E é por isso que eu decidi, também, apagar os tweets. Para refazer o meu posicionamento. Para que ele fique mais claro, coerente com o que eu penso. Porque do jeito que ele estava solto, ele estava irresponsável.”, disse o humorista.
Sobre suas falas envolvendo liberdade de expressão, Fábio disse que estava tentando dizer que todo tipo de humor é permitido, mas somente aquilo que a lei permite. “O que eu queria era falar de liberdade de expressão, que é um princípio fundamental para uma sociedade democrática e que está sempre correndo risco aqui no Brasil. Por isso que me deixa assim, ansioso, angustiado. A liberdade de expressão é a gente poder se expressar sem medo, sem censura. Mas sempre dentro dos limites da lei.” rebateu ele.
Por fim, ele finalizou dizendo que o criminoso não pode se esconder atrás da liberdade de expressão. “A liberdade de expressão não tira de você a responsabilidade do que você diz. Isso é muito importante. Um criminoso, por exemplo, não pode se esconder por trás do argumento da liberdade de expressão. E a gente vê isso acontecendo o tempo todo. Agora, a gente também sabe que a lei sozinha não muda a cultura, não muda o cenário.”, disse Fábio Porchat.